Nós não somos dinamarqueses*

Em 1962, Copenhague, a capital dinamarquesa, foi tomada por uma polêmica. Estava nos jornais:

“Nós não somos italianos”, dizia uma manchete.

“Usar espaços públicos é contrário à mentalidade escandinava”, explicava outra.

O motivo da polêmica:

A cada R$ 1 em transporte público, governo dá R$ 12 para carro e moto


A cada R$ 12 gastos em incentivos ao transporte particular, o governo investe R$ 1 em transporte público. A constatação foi feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) no estudo sobre a mobilidade urbana no Brasil, divulgado na última quarta-feira (25). A pesquisa considera as três esferas de governo do país: municipal, estadual e federal.

A pesquisa considera esse desequilíbrio de valores gastos em incentivos como um dos fatores responsáveis pelo aumento do número de carros e motos no país e, por consequência, dos congestionamentos. "Muitas vezes, essas políticas não são percebidas claramente pela população por envolver omissão do poder público", diz o texto.

Entre os subsídios considerados pelo Ipea está a isenção de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) dada aos carros de baixa cilindrada, os chamados carros populares. "Enquanto os veículos acima de 2.000 cilindradas pagam 25% de IPI e aqueles entre 1.000cc e 2.000cc pagam 13%, os veículos de até 1.000cc pagam 7% e os comerciais leves, 8%". Por 1.000 cc, entende-se veículos 1.0.

A 178 km de SP, represa marca um abismo social

É a combinação de uma vida à beira do lago, em uma cidade sem violência nem congestionamento - privilégio de poucos - e uma população de 4 mil habitantes, predominantemente trabalhadores assalariados que vivem das cerâmicas, o principal motor da economia local. Isso faz de Santa Cruz da Conceição, a 178 km de São Paulo, um dos municípios com uma das maiores taxas de desigualdade social no Estado. Aliás, a disparidade aumentou: o índice de Gini subiu de 0,52 para 0,67 entre 2000 e 2010.

Com menos de dez moradores com rendimento nominal mensal superior a 30 salários mínimos, a desigualdade social de Santa Cruz da Conceição tem relação direta com a presença desses poucos ricos, que moram nos bairros do entorno da Represa Dr. Euclides Morelli. Batizado de Prainha, por causa da faixa de areia para banhistas, o grande espelho d'água atrai turistas e também moradores de alta renda que elevam a faixa dos mais ricos.

Nova York planeja criar praia em Manhattan

Manhattan, uma ilha com quilômetros de orla, finalmente terá sua própria praia. A poucos minutos de Wall Street, do Empire State Building e de outros marcos que definem a cidade de Nova York será criado um parque de areia e surf no extremo sul da ilha.

O projeto de 7 milhões de dólares chamado "Brooklyn Bridge Beach", cujos detalhes foram divulgados nesta quinta-feira (1º), abrange uma área sob a sombra da ponte do Brooklyn, na foz do rio East.

Uma ressalva para o local é a água de esgoto contaminada, que a maioria dos nova-iorquinos consideram muito poluída para nadar.

"Estamos abraçando o grande poder dos nossos rios", disse a presidente da Câmara Municipal, Christine Quinn, ao anunciar o financiamento do projeto, com a ponte do Brooklyn ao fundo.

"Nossos rios fizeram parte da nossa transformação na maior cidade do mundo e agora estamos recuperando os rios para o desenvolvimento econômico e o lazer, mas também para a proteção."

Dica de vídeo #1: Entrevista com Enrique Peñalosa

Enrique Peñalosa, ex-prefeito da cidade de Bogotá, na Colômbia, ficou conhecido mundialmente após revolucionar a política urbana daquela cidade. Suas impressões podem ser verificadas neste vídeo, onde ele aborda as principais questões que envolvem o planejamento urbano atual.


Estudo em Ribeirão Preto sugere que construtoras banquem fundo de transporte

E se a moda pega? Veja a proposta que surgiu para a política urbana da cidade de Ribeirão Preto:

As construtoras comerciais e residenciais podem ajudar a financiar o fundo municipal de transportes de Ribeirão Preto (303 km de São Paulo).

O dinheiro seria usado nas subvenções para baratear o preço do transporte coletivo municipal e na administração de uma agência reguladora para o setor.

A sugestão está na primeira análise do contrato de concessão do transporte público entre a prefeitura e o consórcio Pró-Urbano que será apresentado nesta segunda-feira (29).

O estudo é feito por um grupo de professores da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, a pedido do Ministério Público Estadual, que investiga o contrato.

Segundo o coordenador do grupo, André Lucirton Costa, o recurso seria repassado por meio de contrapartidas devido aos custos de infraestrutura assumidos pelo município.

Já a agência assumiria o papel da Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto) que, segundo ele, não tem condições suficientes para controlar o cumprimento do contrato.

Multinacionais e uso do solo: o caso de Araquari/SC

A montadora alemã BMW está instalando sua primeira fábrica no Brasil, na cidade de Araquari, localizada ao nordeste de Santa Catarina. O jornal A Notícia publicou, no último dia 15 de julho, um texto de minha autoria sobre este assunto, repercutindo alterações na política urbana local, o qual reproduzo aqui no blog.